Ronco e Apneia

23/08/2014 00:00
O sono é um estado fisiológico de vital importância para o ser humano em que há repouso normal e periódico, caracterizado pela suspensão temporária da atividade perceptivo-sensorial e motora voluntária. Durante o sono o sitema nervoso central é responsável pela quietude, inibição de várias funções e ativações de outras. A cada momento do sono (NREM e REM) as respostas do organismo serão diferentes.
Os Distúrbios Respiratórios Obstrutivos do Sono (DROS) incluem o Ronco Primário , a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) e a Síndrome da Resistência das Vias Aéreas Superiores (SRVAS).
O ronco primário é definido como o ruído emitido durante o sono pelo turbilhonamento do ar como consequência da vibração dos tecidos moles faríngeos, sem prejuízo na saturação da oxi-hemoglobina ou da arquitetura do sono. Já a SAOS é definida por episódios recorrentes de obstrução parcial ou total da via aérea superior (VAS) durante o sono, ocasionando dessaturação da oxihemoglobina e fragmentação do sono. São chamados de hipopnéias no adulto, os eventos respiratórios que levam a redução do fluxo aéreo em 30% ou mais, por no mínimo 10 segundos, associado à dessaturação da oxi-hemoglobina em pelo menos 3% ou aos despertares; e as apneias são caracterizadas por redução da curva de fluxo aéreo em 90% ou mais também com duração de pelo menos 10 segundos . Por fim, a SRVAS é caracterizada pela presença de múltiplos episódios de despertares decorrentes do aumento do esforço respiratório durante o sono, sem a presença de apnéia ou dessaturação da oxi-hemoglobina.
A prevalência de SAOS varia com a população estudada, mas sabe-se que incide mais em homens entre os 40 e 50 anos de idade. Em um estudo epidemiológico de 2007, realizado na cidade de São Paulo, a prevalência de SAOS, foi de 32,9% na população geral sendo 40,6% nos homens e 26,1% nas mulheres.
Os fatores de risco, além de sexo masculino e idade entre 40 e 50 anos, são também: aumento do índice de massa corpórea (IMC) e alterações craniofaciais (como o queixo para trás - retrognatia, ou a maxila estreitada - palato duro ogival) 
As consequências a longo prazo da apnéia do sono são alterações cardiovasculares como hipertensão arterial, arritmias, infartos agudos do miocárdio e acidente vascular cerebral. Outras consequências são alterações metabólicas e alterações cognitivas.
Normalmente os pacientes referem sintomas noturnos como roncos, engasgos, sudorese, sufocamento e sintomas diurnos como dificuldade de concentração e memória e sonolência diurna excessiva.
O padrão-ouro diagnóstico é a Polissonografia realizada em um laboratório do sono ou em domicílio
O tratamento depende do grau de apneia do sono. Cada caso requer uma avaliação completa que permita ao profissional determinar qual será a modalidade terapêutica melhor indicada